A saúde mental nos permite ver, contemplar, estudar, compreender e compartilhar a vida na qual somos; permite-nos adaptarmo-nos a ela segundo aquilo que percebemos de sua realidade e os meios que temos de compreendê-la.
A saúde mental nos permite viver – conosco e com os
outros – o presente enriquecido e reconciliado
de nossas experiências passadas para preparar o futuro; mas também nos coloca
em harmonia com a realidade
da vida, do mundo, do universo hoje e sempre (seja o que for o “sempre”).
A saúde mental nos permite manter a relação com o
outro e vivê-la sem deixar que a realidade
se deforme pelas nossas próprias emoções, paixões e doenças, ou pelas dos
outros. É preciso manter a razão, mas
só poderemos mantê-la, se estivermos ancorados naquilo que funda a nossa própria realidade. O homem não vive
sozinho, ele faz parte do tecido dos seres; não apenas está em sociedade, mas também religado a seus mortos e ausentes.
Tudo o que afeta os outros, o afeta e vice-versa. Nada está isolado.
1 Texto
escrito por Elisabeth Rochat de la Vallée. Tradução: Mariana Scarpa e Zé Motta.