sábado, 3 de dezembro de 2022

ZHUANGZI, capítulo 13

 Também fala-se de quem tem conhecimento da Música (Alegria, le 樂) do Céu,

 A vida é um movimento do Céu; a morte é uma transformação do ser; 

Sua tranquilidade é partilha da virtude yin; sua ativação, a impetuosidade yang. 

Quem conheceu o que é a Música (Alegria) celeste não se expôs nem ao ressentimento do Céu, nem às contestações dos homens, nem aos embaraços das coisas, nem às reprovações das almas Gui. 

O adágio afirma bem: Em si, a atividade não é senão o Céu; a tranquilidade não é senão a Terra; seu Coração está inteiramente estabelecido no repouso, ele reina sobre o mundo.

 As almas Gui não se exaltam, suas almas Hun não se deprimem.

 Todo seu Coração se estabelece no repouso, os Dez mil seres nele permanecem submissos. Isto quer dizer que o Coração em repouso, estando vazio, acompanha o próprio movimento do Céu-Terra e comunica com os Dez mil seres. Isto chama-se: Música (Alegria) do Céu. Através dela o Coração do Santo mantém a vida do mundo.


 故 曰 知 天 樂 者 其生也天行 其死也物化 靜 而 與 陰 同 德 動 而 與 陽 同 波 故 曰 天樂者 無天怨 無人非 無物累 無鬼責故 曰 其動也天 其靜也地 一心定 而王 天下 其鬼不祟 其魂 不波 一心定而萬物 服 言以虛靜推於天地 通於萬物 此之謂天樂 天樂 者 聖人之心 以畜 天下也 Gù yuē zhī tiān lè zhě qí shēng yě tiān xíng qí sǐ yě wù huà jìng ér yǔ yīn tóng dé dòng ér yǔ yáng tóng bō gù yuē tiān yuè zhě wú tiān yuàn wú rén fēi wú wù lèi wú guǐ zé gù yuē qí dòng yě tiān qí jìng yě de yī xīn dìng ér wàng tiān xià qí guǐ bù suì qí hún bù bō yī xīn dìng ér

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

LINGSHU, capítulo 8

 O Céu em mim é virtude (de 德). 

A Terra em mim é sopros (qi 氣).

 A Virtude flui, os sopros se propagam e eis a vida (sheng生).

 Que os viventes surjam denota as essências (jing 精).

 Que as duas essências se abracem denota os espíritos (shen 神).

 O que segue fielmente os espíritos em suas idas e vindas denota os Hun (魂).

 O que se associa às essências em suas saídas e reentradas denota os Po (魂). 

Aquilo que se encarrega dos seres chamamos Coração (xin 心).

 Quando o Coração se aplica, falaremos de propósito (yi 意).

 Quando o propósito é permanente, falaremos de vontade (zhi 志).

 Quando a vontade que se mantém, muda, chamaremos de pensamento (si 思).

 Quando o pensamento se desenvolve amplo e potentemente, falaremos de reflexão (lü 慮)

Quando a reflexão dispõe de todos os seres, falaremos de saber-fazer (savoir-faire)(zhi 智).

Desta forma, o saber-fazer (savoir-faire) é a manutenção da vida (yang sheng 養生).

 天之在我者.德也.地之在我者.氣也.德流氣薄而生者也.故生之來.謂之精.兩精相搏.謂 之神.隨神往來者.謂之魂.並精而出入者.謂之魄.所以任物者.謂之心.心有所憶.謂之意. 意之所存.謂之志.因志而存變.謂之思.因思而遠慕.謂之慮.因慮而處物.謂之智.故智者 之養生也. 


Compilação de textos feita por: Elisabeth Rochat de la Vallée. Tradução e revisão do francês para o português feita por: Emília Firmino, Gabriela Ordoñez, Hélvio Lima e Mariana Scarpa.


domingo, 11 de setembro de 2022

Guanzi livre XVI - chapitre 49 LE TRAVAIL INTERIEUR (NEI YE 內 業) 內業*

 

"Quando o coração toma forma (xing = ),

Ele é por si mesmo poderoso (zi chong ), pleno de si (zi ying ),

Ele próprio é duradouro (zi sheng ⾃⽣), perfeito em si mesmo (zi cheng ).

Se ele perde (sua perfeição nativa),[1]

É sempre por preocupações esmagadoras (you) e contentamento (le)

A alegria (xi) e a cólera (nu),

Os desejos (yu) e o amor pelo interesse pessoal (li).


Se ele pode se livrar do abatimento e do contentamento,

Da alegria e da cólera (xi nu喜怒), dos desejos e interesses pessoais,

O coração retorna (fan) ao estado de equilíbrio.

As disposições (naturais, intrínsecas) do coração (xin zhi qing 之情)

Beneficiam-se (li) da paz (an) que leva à tranquilidade (ning).

Não as pertube (wu fan勿煩)!

Não as desorganize (wu luan勿亂) !

E a harmoniosa composição (he) assegurará a perfeição natural (zi cheng )".



[1] Nativa no sentido de original ou de origem.


*

Tradução do chinês /francês: Elisabeth Rochat de la Valée.

Tradução do francês / português : Liliane Renault,Rosines Veras,Tony Gelband,Maria Cristina Vidal.


Passagem do texto que foi o tema do seminário realizado em São Paulo em agosto 2022.


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A Saúde Mental1

           

             A saúde mental nos permite ver, contemplar, estudar, compreender e compartilhar a vida na qual somos; permite-nos adaptarmo-nos a ela segundo aquilo que percebemos de sua realidade e os meios que temos de compreendê-la.

A saúde mental nos permite viver – conosco e com os outros – o presente enriquecido e reconciliado de nossas experiências passadas para preparar o futuro; mas também nos coloca em harmonia com a realidade da vida, do mundo, do universo hoje e sempre (seja o que for o “sempre”).

A saúde mental nos permite manter a relação com o outro e vivê-la sem deixar que a realidade se deforme pelas nossas próprias emoções, paixões e doenças, ou pelas dos outros. É preciso manter a razão, mas só poderemos mantê-la, se estivermos ancorados naquilo que funda a nossa própria realidade. O homem não vive sozinho, ele faz parte do tecido dos seres; não apenas está em sociedade, mas também religado a seus mortos e ausentes. Tudo o que afeta os outros, o afeta e vice-versa. Nada está isolado.

 

 

 

 

 

 

 

 


1     Texto escrito por Elisabeth Rochat de la Vallée. Tradução: Mariana Scarpa e Motta.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Guanzi 49 "o Sopro"

 

« Eis então o sopro!

Não se pode parar (seu movimento) pela força (física, li ),

Pode-se, porém, pela virtude (de), mantê-lo em paz (an).  

Não se pode chamá-lo por sons audíveis (sheng),

Mas pode-se acolhê-lo por sua ressonância (yin = yi propósito, disposição interior, intenção).

Guarde-o (shou) com respeito e circunspecção (jing), sem nada dele retirar;

É o que chamamos aperfeiçoar a virtude (poder vital, cheng 成德).

Quando a virtude é assim perfeita (quando o poder vital é, assim, perfeitamente realizado, de cheng德成),

O saber eficaz (zhi) dela decorre e os Dez mil seres estão todos ao nosso alcance (de acordo, de). »

 

Guanzi 49

 

quarta-feira, 8 de junho de 2022

ZHUANG ZHI - Capítulo XIX

                                                                     

COMPRENDER A NATUREZA DA VIDA

OU

A ATIVIDADE DO CORPO LIMPO 

In, AS OBRAS DO MESTRE ZHUANG Tradução Jean Levi

 

 

 

Aquele que compreendeu a natureza da vida, não se preocupa com o que ultrapassa as possibilidades de sua constituição inata; da mesma forma, aquele que entendeu a natureza do destino não se esforça para conhecer aquilo que excede os limites da inteligência. Pensa-se que, para alimentar o corpo, deve-se de antemão ter com o que alimentá-lo; mas pode acontecer que se possa dispor de uma pletora de bens, sem chegar, todavia, a fortificar o organismo.

Para que haja vida, é necessário que o corpo não seja negligenciado; mas, pode acontecer que a vida desvaneça sem que o corpo seja negligenciado. A vida, ninguém pode impedir a sua vinda, ninguém pode impedir sua partida. Mas infelizmente, os homens comuns imaginam que é suficiente nutrir seu corpo para preservar a vida, enquanto, é claro, não é nada disto. Pois como bastariam para tanto os cuidados que o homem comum aplica? Todavia, apesar de insuficientes, eles não são menos indispensáveis, e é por isto que não se pode evitar assegurá-los.  Mas quem quer ser dispensado de ser escravo de seu corpo deve se retirar do mundo. Abandonando o mundo liberta-se de todo laço; sem vínculos, encontra-se de humor igual e regulado. Quem tem humor constante e regulado renova-se a cada instante no mundo que o circunda. Quem ressuscita a cada instante quase alcança o Tao.

Por que, você me dirá, as tarefas cotidianas merecem ser abandonadas e o cuidado com a vida renegado? Quem abandona as ocupações, não conhecerá a fadiga; quem se desinteressa da vida não usará o seu espírito. Quando o corpo preserva sua integridade e o espírito recuperou todas as suas potencialidades, então o ser se faz uno com o Céu. O Céu e a Terra são os pais e mães de todas as criaturas. Sua união dá nascimento aos seres, sua separação anuncia um novo recomeço.  Aquele cujo corpo e espírito não conhecem a decrepitude, sabe abraçar todas as mudanças; refinando seus espíritos sutis até torná-los ainda mais sutis, ele acaba se tornando o ministro do Céu.



Tradução feita do francês feita por Maria Cristina Vidal, Tony Gelband, Rosinês Veras, Liliane Rénault.

quarta-feira, 4 de maio de 2022

DAO DE JING 21


Vasta virtude parece

Uma seguidora da Via 

A Via, coisa vaga, indistinta 

Tão indistinta e tão vaga 

Nela estão os símbolos 

Tão vagos e tão indistintos 

Nela estão os seres 

Tão secretos e tão ocultos 

Nela estão as essências 

Essências muito puras 

Nela está a fidelidade

Desde a Antiguidade até hoje 

Ela mantém o seu nome

Presidindo à sucessão de todos os seres 

Como entender 

As manifestações de todos os seres

Senão por isso


 Tradução do texto francês du Padre Larre feita por Liliane Renault, MCristina Vidal, Rosinês Veras, Tony Gelband.

terça-feira, 19 de abril de 2022

Os meridianos

"Várias normas regulam as circulações dos sopros e de tudo o que eles movimentam dentro do corpo. Traduz-se como “meridiano” o termo chinês jīng que significa “norma”, “ajustar”. Designa o que canaliza movimento dos sopros dentro do corpo, regula o percurso e o ritmo correto desses sopros, permitindo-lhes assegurar a vida.

Se o movimento é bloqueado, há dor, inchaço ou estase.

Se o movimento dispara para cima, o sangue, por exemplo, aparecerá na cabeça, provocando sangramento ou compressão.

 

A qualidade dos sopros de um órgão se encontra no conjunto dos trajetos que são relacionados a ele. O conjunto forma uma rede de circulações vitais ordenada conforme as normas da vida que vem do Céu (os meridianos,jīng


com múltiplas ramificações e circulações colaterais (circulações conectivas


ou luò , trajetos distintos ou jīngbié , tendino-musculares ou jīngjīn 經筋).

Os meridianos são em número de doze, nomeados conforme a sua qualidade

de sopros yin ou yang e divididos entre os que circulam nos braços e os que circulam nas pernas.

A eles, acrescentam-se oito meridianos extraordinários (qí jīng bā mài 奇經八脈).

 

À imagem dos Doze meses que recortam o ano e regulam a atividade humana em detalhes (os “mandamentos mensais”), à imagem dos Doze cursos de água que organizam o território da China, Doze meridianos regulam o conjunto da atividade dos sopros de um ser humano."




In ,"OS 101 CONCEITOS-CHAVE DA MEDICINA CHINESA", Elisabeth Rochat de la Vallée-

Editora Inserir.

segunda-feira, 28 de março de 2022

LINGSHU, capítulo 8

 

O Céu em mim é virtude (de ). A Terra em mim é sopros (qi ). A Virtude flui, os sopros se propagam e eis a vida (sheng). Que os viventes surjam denota as essências (jing ). Que as duas essências se abracem denota os espíritos (shen ). O que segue fielmente os espíritos em suas idas e vindas denota os Hun (). O que se associa às essências em suas saídas e reentradas denota os Po (). Aquilo que se encarrega dos seres chamamos Coração (xin ). Quando o Coração se aplica, falaremos de propósito (yi ). Quando o propósito é permanente, falaremos de vontade (zhi ). Quando a vontade que se mantém, muda, chamaremos de pensamento (si ). Quando o pensamento se desenvolve amplo e potentemente, falaremos de reflexão (lü ). Quando a reflexão dispõe de todos os seres, falaremos de saber-fazer (savoir-faire)(zhi ). Desta forma, o saber-fazer (savoir-faire) é a manutenção da vida (yang sheng 養生).

 天之在我者德也地之在我者氣也德流氣薄而生者也故生之來謂之精兩精相搏 之神隨神往來者謂之魂並精而出入者謂之魄所以任物者謂之心心有所憶謂之意 意之所存謂之志因志而存變謂之思因思而遠慕謂之慮因慮而處物謂之智故智者 之養生也

 


Tradução e revisão do francês para o português feita por Gabriela Ordoñez, Hélvio Lima e Mariana Scarpa

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

VAZIO DO CORAÇÃO - 心虛 - XIN XU



"O Coração está vazio quando ele é capaz de tudo receber, aceitar, considerar, porque não é fixado, parado sobre uma ideia, um ser, um desejo.

Não excluir nada daquilo que existe permite não se emocionar exageradamente e de reagir adequadamente. O vazio do Coração, isso é esvaziar o seu Coração, um pouco mais cada dia, dos desejos que o enchem e ofuscam a sua consciência clara, a sua lucidez e a sua inspiração nos espíritos.

Quando  o Coração é capaz de abraçar tudo o que se apresenta e aceitar tal como é,o conhecimento torna-se sabedoria, uma sabedoria que é a arte de nutrir   a vida."





In "Os 101 Conceitos-Chave da Medicina Chinesa", Elisabeth Rochat d ela Vallée , Ed INSERIR.

 

 


domingo, 6 de fevereiro de 2022

ZHUANG ZI capitulo 4

NEGÓCIOS HUMANOS    -   MISSÕES IMPOSSÍVEIS*

Pagina 34

Um dia Yen Houei (Yan Hui) foi encontrar seu mestre Confúcio, e lhe pediu permissão para iniciar uma viagem.

- Para ir onde? Questionou o Mestre.

- Para Wei.

- Fazer o que?

- Eu soube que o príncipe de Wei era jovem e autoritário. Ele não tem nenhuma consideração pelo sofrimento do seu povo, e é incapaz de voltar atrás quando está errado. A morte de seus súditos o deixa indiferente. Os cadáveres juncam o campo como as ervas recobrem o pântano. O povo não sabe mais para que santo fazer promessa? Você ensinou que devemos sair dos países em paz para nos dirigir aos principados vítimas de desordem, pois são os doentes que têm mais necessidade de médico: então eu pensei que poderia tirar proveito de vossas lições e levar algum alívio a esse pais infeliz.

-Peuh ! Você só encontrará obstáculos!  É preciso nunca se ter muitas ideias na ação. Quem tem muitas ideias tem o espírito confuso, o espírito confuso se abandona a tristes reflexões, e quem está na fossa nunca chega a nada. O homem superior de outrora se servia dos seus próprios recursos antes de recorrer àqueles dos outros.  Mas quanto não se está nem mesmo seguro de suas próprias capacidades, como poderia ainda intervir lá onde assola um louco furioso. Sabes, meu pequeno, aquilo que turva a virtude, e aquilo que produz a astúcia?  

 Página 35

 O desejo de glória turva a virtude, e da astúcia nasce o espírito de competição. Assim o desejo de glória é fonte de discórdia e a astúcia o arauto da luta pela dominação. Aqui estão dois instrumento funestos; não é por estes meios que se chega aos fins desejados. Todavia, não creias amansar teu interlocutor pela tua virtude ou tua sinceridade nem que a reputação ou o espírito de conciliação encontrarão o caminho do seu coração. Ao querer convencer por toda força um tirano, lhe servindo homilias moralizantes sobre a caridade ou a justiça, ou lhe colocando debaixo do nariz um conjunto de lei, você só terá conseguido fazer resplandecer teus méritos às custas dele. Chamamos isso procurar barulho. Quem procura encrenca, não deve se surpreender que procurem encrenca de volta.  É isso que me faz temer que te aconteça uma desgraça. Ainda mais que essas pessoas por mais que pareçam se comprazer na companhia dos homens de bem e fugir daquela dos vadios/patifes, não deixam de se aborrecer quando nos singularizamos, fazendo valer nossa qualidades.  Além do que você não recebeu nenhuma missão oficial.  Nessas circunstâncias, os grandes desse mundo saberiam aproveitar sua posição para te esmagar. Teus olhos estarão deslumbrados, você tomará um ar conciliador, tua boca procurará te justificar. Insensivelmente você se modelara sobre ele, no seu jeito e por fim você o imitará/macaqueará até na sua maneira de pensar. É combater o incêndio com fogo, e a inundação com água; é o que chamamos agravar os males que pretendemos curar. Pois, quando começamos por nos mostrarmos flexíveis nunca terminamos de transigir. Por outro lado se antes mesmo de ter captado sua confiança você usa seu tom franco de falar, você perecerá pelas mãos do déspota.

 O tirano Kie matou o sábio ministro Kou Long-fong (Gou Long-fong), Tcheou (Zhou), o último soberano degenerado da dinastia Yin, executou seu tio o príncipe Pi-Kan (Bi-gan); essas duas vítimas do dever acreditavam que eles poderiam se prevalecer da pureza de seus costumes para proteger o povo dos abusos de seu mestre, embora eles ocupassem uma posição subalterna, e sujeitos a desafiar a autoridade do príncipe. É por isso que seus soberanos decidiram eliminá-los em razão da sua moralidade, grande demais. Eis onde leva a sede de renome! O santo rei Yao agrediu as tribos de Ts’ong-tche e de Hsiu-ngao e o grande rei Yu o país de Yeou-bou. Eles devastaram os territórios e massacraram seus habitantes.


*Tradução do chinês  para o francês  de Jean Levi in ""Les Oeuvres de Maître Tchouang " ,                            Jean Levi - Editions de l'Encyclopédie des Nuisances , 2010.

Tradução para o português a partir do francês: Tony Gelband, MCristina Vidal e Rosinês Veras.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

LINGSHU, capítulo 8


O Céu em mim é virtude (de 德).

A Terra em mim é sopros (qi 氣).

A Virtude flui, os sopros se propagam e eis a vida (sheng生).

Que os viventes surjam denota as essências (jing 精).

Que as duas essências se abracem denota os espíritos (shen 神).

O que segue fielmente os espíritos em suas idas e vindas denota os Hun (魂).

O que se associa às essências em suas saídas e reentradas denota os Po (魄).

Aquilo que se encarrega dos seres chamamos Coração (xin 心).

Quando o Coração se aplica, falaremos de propósito (yi 意).

Quando o propósito é permanente, falaremos de vontade (zhi 志).

Quando a vontade que se mantém, muda, chamaremos de pensamento (si 思).

Quando o pensamento se desenvolve amplo e potentemente, falaremos de reflexão (慮).

Quando a reflexão dispõe de todos os seres, falaremos de saber-fazer (savoir-faire)(zhi 智).

Desta forma, o saber-fazer (savoir-faire) é a manutenção da vida (yang sheng 養生).


天之在我者.德也.地之在我者.氣也.德流氣薄而生者也.故生之來.謂之精.兩精相搏.謂之神.隨神往來者.謂之魂.並精而出入者.謂之魄.所以任物者.謂之心.心有所憶.謂之意.意之所存.謂之志.因志而存變.謂之思.因思而遠慕.謂之慮.因慮而處物.謂之智.故智者之養生也.



Tradução e revisão do francês para o português feita por: Gabriela Ordoñez,

Hélvio Lima e Mariana Scarpa.





ZHUANGZI ch. 5 - Trad. Jean Lévi

  O Tao deu-lhe a sua aparência e o céu a sua forma, porque deixaria que as paixões prejudiquem o seu corpo? Você se deixa distrair pelo mu...