“O coração
do ser humano é comparável à água de uma bacia: se a dispomos corretamente, sem
a movimentar, as impurezas e a lama se depositam no fundo e a parte de cima
fica pura e clara (qing ming 清明) a ponto de distinguir, ao se olhar, sua barba, suas sobrancelhas e
suas rugas (li 理). Contudo, basta o mais leve sopro de vento e eis que o fundo da bacia
se agita. A pureza e a claridade (qing ming 清明) da superfície se turvam a ponto de
não poder mais distinguir corretamente sua silhueta. O mesmo acontece com o
coração do homem: guiado pelos sentidos das coisas (li 理), nutrido de pureza (qing 清), sem se desviar por nenhum objeto,
discernindo o verdadeiro do falso, afastando o turvo e o duvidoso. Mas se a
menor coisa vier lhe solicitar e, com isso, a sua relação com o exterior for
alterada, eis que seu coração, no interior, inclina-se e torna-se incapaz de
resolver até mesmo as questões mais grosseiras; (jue cu li 決 麤 理)”.
Tradução e revisão do francês para o português feita por:Gabriela Ordoñez, Hélvio Lima e Mariana Scarpa